sábado, 24 de março de 2012

Carta de uma Passageira do Titanic escrita para uma amiga imaginária

Quarta-feira, 10 de Abril de 1912

Olá amiga,

Cá estou eu! Nem acredito! É quase indescritível o que sinto e o que vejo. O navio é de uma grandiosidade, de um luxo impensável. As pessoas que estavam no cais eram imensas. Estou tão agitada que nem consigo pensar, nem escrever racionalmente. Há uma perplexidade patente em todos os rostos, nuns a esperança de alcançar o sonho de uma vida melhor, noutros a arrogância e a vaidade de poderem custear uma viagem tão cara e badalada, poderem desfilar os seus pequenos tesouros. enfim é a euforia total.

Saímos de Southampton, do cais 44, de tarde. Uma grande multidão despediu-se de nós. Nunca me senti tão importante, apesar de não ter ninguém, concretamente, a desejar-me boa viagem.
O navio rumou directo a França, Cherbourg para apanhar aí mais passageiros. Uma viagem suave que dentro do quarto nem nos apercebíamos que estávamos num navio. Ainda fui até à proa e confrontei-me com o maravilhoso espectáculo da natureza: o Mar. Calmo, tal qual um berço que embala o menino. E lindo! O entardecer com as maravilhosas cores de um sol poente a espelhar a sua luz no verde azulado do mar. Uma pequena brisa que trazia o odor da maresia. Enfim, o paraíso!

Neste momento já é de noite e segundo me disseram vamos para a Irlanda, Queenstown.
Eu vou dormir, porque estou emocionalmente cansada, foi muito intenso este dia. Amanhã volto a conversar contigo amiga



Aurora

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